Joaquim Teófilo Fernandes Braga (1843-1924) foi um escritor,
político e professor originário de Ponta Delgada. Apesar de ser conhecido
principalmente por ter sido o segundo presidente da república portuguesa, ao
longo de toda a sua vida desenvolveu uma notável atividade política, académica
e literária.
A sua carreira inicia-se ainda nos Açores, com colaborações
com os jornais A Ilha, O Meteoro e O Santelmo. Em 1862
ingressa no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Durante o curso,
devido ao suporte financeiro da família ser insuficiente, subsistiu dando
explicações, fazendo traduções e escrevendo artigos e poemas. Termina os
estudos em 1868, começando a ensinar em 1872. A partir de 1878, funda várias
revistas, em parceria com outros autores.
O ano de 1871 é decisivo para a atividade política de
Teófilo Braga. É neste ano que participa nas Conferências Democráticas do
Casino Lisbonense (que terão sido interrompidas prematuramente pelas
autoridades). Outros marcos da sua atividade política incluem: em 1890 torna-se
membro do diretório do Partido Republicano Português (PRP); em 1891 participa
na elaboração do Manifesto Programa do PRP; em 1910 torna-se deputado por
Lisboa e, mais tarde, presidente do Governo Provisório Republicano; foi
Presidente da República entre 29 de maio e 4 de agosto de 1915.
Após o término do seu mandato enquanto presidente da
república, Teófilo Braga irá focar-se na sua atividade literária até ao término
da sua vida. A produção literária do autor, desenvolvida desde os seus tempos
em S. Miguel, incidiu sobre diversos domínios, incluindo a prosa, a poesia, a
História, a Política e a Sociologia. A sua vasta obra não esteve, no entanto,
livre de falhas, tendo sido criticada, no que toca aos seus ramos académicos,
por falta de rigor.