25 de abril - A Revolução dos Cravos
A "Revolução Dos Cravos" foi o movimento que derrubou o
regime salazarista em Portugal, no ano de 1974, de forma a estabelecer
liberdades democráticas, com o intuito de promover transformações sociais no
país.
A 25 de abril desse ano, um movimento militar, o
Movimento das Forças Armadas (MFA), que era composto na sua maior parte por
capitães que tinham participado na Guerra Colonial, leva a cabo um golpe de
Estado militar pondo fim ao regime ditatorial do Estado Novo vigente desde
1933.
No dia 24 de abril de 1974, um grupo de
militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto
de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h
55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho,
pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por João Paulo Diniz. Este é
um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada
de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado às 0h20
m, quando a canção Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso é transmitida pelo
programa Limite, da Rádio Renascença, que confirma o golpe e
marca o início das operações.
De madrugada, militares do MFA (Movimento das Forças Armadas) ocuparam os
estúdios do Rádio Clube Português e, através da rádio, explicaram à população
que pretendiam que o País fosse de novo uma democracia, com eleições e liberdades
de toda a ordem.
Durante o dia, a população de Lisboa foi-se juntando aos militares. E o que
era um golpe de Estado transformou-se numa revolução. A certa altura, uma
vendedora de flores começou a distribuir cravos. Os soldados enfiaram o cravo
no cano da espingarda e os civis puseram a flor ao peito. Por isso, hoje em dia
lhe chamamos "Revolução dos Cravos".
No dia 26 de abril, forma-se a Junta de
Salvação Nacional, constituída por militares, que dará início a um governo de
transição. O essencial do programa do MFA é, em síntese, resumido no programa
dos três Ds: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
A 15 de maio de 1974, o General António de
Spínola foi nomeado Presidente da República. Seguiu-se um período de
grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (
Processo Revolucionário em Curso), marcado por manifestações, ocupações,
governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares que terminaram com
o 25 de novembro de 1975.
Entre as medidas imediatas da revolução conta-se
a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e
os partidos são legalizados. No dia seguinte, a 26 de abril, são libertados os
presos políticos da Prisão de Caxias e a de Peniche. Os líderes políticos
da oposição no exílio voltam ao país nos dias seguintes. Passada uma
semana, o 1º de maio é celebrado em plena liberdade nas ruas, pela
primeira vez em muitos anos.
Acabada a guerra colonial e durante o PREC, as
colónias africanas e de Timor-Leste tornam-se independentes.
Finalmente, no dia 25 de abril de 1975, têm
lugar as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte. É
elaborada uma nova Constituição, que entrou em vigor no 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições
legislativas da nova República.
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