sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


João Aguiar
João Aguiar nasceu em Lisboa em 1943. Licenciou-se em jornalismo pela Universidade Livre de Bruxelas, após ter frequentado os dois primeiros anos do curso de Filosofia da Universidade Clássica de Lisboa. Em 1976 regressou a Lisboa trabalhando na rádio, na imprensa escrita e em televisão. Foi coordenador da equipa do programa infantil da RTP, Rua Sésamo. Iniciou a sua carreira literária com quarenta anos e o seu primeiro romance foi A Voz dos Deuses (1984), um dos livros mais vendidos em Portugal nos últimos anos. Tem escrito, sobretudo, romances históricos. Na sua vasta obra contam-se também vários guiões para programas de televisão e argumentos cinematográficos. É também autor da colecção juvenil O Bando dos Quatros. É Cooperador da SPA desde Junho de 1998. Entre as suas obras contam-se títulos como O Homem Sem Nome, O Trono do Altíssimo, Os Comedores de Pérolas, A Hora de Sertório, A Encomendação das Almas, Navegador Solitário, Inês de Portugal, O Dragão de Fumo, A Catedral Verde, Diálogo das Compensadas, Uma Deusa na Bruma, O Sétimo Herói e O Jardim das Delícias e um livro de contos (O Canto dos Fantasmas). Parte da sua obra está traduzida em Espanha, Itália, Alemanha e Bulgária.

O Sétimo Herói, de João de Aguiar



O Sétimo Herói, de João de Aguiar

Jorge tem 18 anos, óculos, um estranho gosto pela leitura e uma grande timidez natural que se manifesta, sobretudo, perante as raparigas.Ele e dois amigos formam o Clube dos Poetas Semi-Vivos, cuja bebida sagrada é o ginger ale. Sem limão.Nada fazia prever que Jorge fosse empurrado para um mundo fantástico, onde ninguém usava óculos. E que nesse mundo tivesse de enfrentar enormes riscos, lutar com espada, com adaga, com lança, com o cérebro. Nada fazia prever que se transformasse num herói, coisa que jamais lhe passara pela cabeça.No entanto, isso aconteceu — e aconteceu porque o espreitavam três pares de olhinhos verdes…
Em O Sétimo Herói é a lição de Tolkien que o autor procura seguir, envolvendo-se no campo da fantasia e construindo uma história que agradará certamente aos leitores mais jovens, sem deixar de ir ao encontro de todos aqueles que fizeram dele, João Aguiar, um dos autores mais lidos do actual panorama literário português.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

Concurso Nacional de Leitura


Lista de obras para Leitura – 2ª. fase

No âmbito do Concurso Nacional de Leitura, somos a informar que o júri do Distrito de Lisboa, da 2ª fase do certame, que terá lugar no Concelho de Sintra, seleccionou, para leitura, os seguintes livros:

3º. Ciclo
1- “O Sétimo Herói” – João Aguiar
2- “O Visconde cortado ao meio” – Ítalo Calvino
( devem de ser lidas as 2 obras)


Secundário
1 – “As Memórias de Branca Dias” – Miguel Real
2 – “O Carteiro de Pablo Neruda” – António Skármeta
( devem de ser lidas as 2 obras)


Critérios do júri para a escolha dos livros:
- Adequadas ao ciclo escolar
- Um autor português

Informamos ainda, que a prova escrita, com duração de 1h30m + 30m de tolerância, realizar-se-á em Sintra, durante a semana de 12 a 17 de Abril em data, local e hora a comunicar posteriormente

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010



O Prenúncio das Águas, de Rosa Lobato de Faria
Rio de Anjo é uma pequena aldeia que será submersa pelas águas de uma barragem ( um sacrifício em prol do progresso) e que se vê fisicamente transplantada para um novo local. Mas esta mudança não é pacífica, pois a identidade de um lugar faz-se não só das casas e das pessoas, mas também da sua história e dos seus mitos fundadores e a mudança física interfere na magia própria de cada local, pois aniquila a sua identidade.
A história do local, das suas gentes e das suas paixões é contada a cinco vozes, curiosamente três mulheres em fases e com experiências de vida diferentes e por uma criança e um velho, talvez as idades masculinas mais próximas de uma visão feminina do mundo.
Assim se vai tecendo os últimos dias antes da morte de uma aldeia única.

Rosa Lobato de Faria

Rosa Lobato de Faria
Lisboa 1932 - Lisboa 2010

Rosa Lobato de Faria nasceu em Lisboa em Abril de 1932. Poetisa e romancista, o essencial da sua poesia está reunido no volume Poemas Escolhidos e Dispersos, de 1997. Em 1995, aos 63 anos, publicou o seu primeiro romance, O Pranto de Lúcifer. No entanto, afirmava que a escrita esteve presente na sua vida desde os primeiros poemas da infância. Seguiram-se-lhe Os Pássaros de Seda (1996), Os Três Casamentos de Camilla S. (1997), Romance de Cordélia (1998), O Prenúncio das Águas (1999), A Trança de Inês (2001), O Sétimo Céu (2003), Os Linhos da Avó (2004), A Flor do Sal (2005), A Alma Trocada (2007), A Estrela de Gonçalo Enes (2007) e As Esquinas do Tempo (2008).

É também autora de diversos livros infantis. Está traduzida em Espanha, França e Alemanha e representada em várias colectâneas de contos, em Portugal e no estrangeiro. O seu romance O Prenúncio das Águas foi publicado, recentemente, por Éditions Métailié. É também conhecida do grande público como actriz de televisão e cinema. Escreveu ainda dezenas de letras para músicas, muitas das quais para festivais da canção.

Em 2000, obteve o Prémio Máxima de Literatura.




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010


O Destino do Capitão Blanc, de Sérgio Luís de Carvalho

Na 11ª hora do 11º dia do 11º mês do ano de 1918, a escassos minutos do fim da Primeira Guerra Mundial, tem lugar, no Nordeste de França, um dos mais estranhos e inexplicáveis massacres de todo o conflito. O capitão português Luís D'Orey Blanc é testemunha e, de algum modo, vítima desse massacre. Enviado meses antes a França pelo próprio Sidónio Pais, no que era suposto ser uma mera missão político-militar, Blanc depressa se vê envolvido numa espiral de morte, de ajuste de contas, de memórias e de arrebatadoras paixões que vão para sempre mudar a sua vida. Rigorosamente baseado em factos reais, este romance retrata a árdua vida nas trincheiras, as batalhas, as revoltas e o quotidiano dos homens em luta, bem como o sofrimento das mulheres e as esperanças perdidas de toda uma geração, entre a guerra e o amor.

Neste romance, o leitor acompanha cerca de quatro meses da vida da personagem Luís Blanc (se exceptuarmos as indicações sobre o seu passado, dadas por analepse), ocorridos entre o início de Agosto e o final de Novembro de 1918, em torno de uma missão para que o militar foi destacado na Flandres onde o Corpo Expedicionário Português (CEP) participava na guerra de trincheiras.
É curioso que o sentido de missão, bem como a história desta personagem, se vão alicerçar sobre o momento em que o CEP já perdera alguma da sua identidade.

É um romance de desgosto e de decepção, com um final difícil de prever, mesmo na história de amor em que os apelidos Blanc (dele) e White (dela) pareciam prognosticar um final feliz pela coincidência dos apelidos.
Profundo é o que fica da experiência de guerra. E vale a pena lembrar episódios como o da destruição em Mont Sec, o da associação entre os amotinados e os “cães lazarentos”, o da morte que espera um herói vestido com a “farda principal, cheia de alamares e de dourados, de dragonas e distinções” a pouco mais de uma hora do fim da guerra ou a reflexão sobre o que ficaria do que foi aquela experiência logo que um filho perguntasse a um dos combatentes algo como “pai, o que é que fizeste na Grande Guerra?”
É o absurdo da guerra.
Tudo passando neste romance, eivado de ironia, efeito que é muito ajudado pelos comentários entre parênteses que entremeiam alguns parágrafos, ora como extensões do narrador ou das personagens, ora suscitando no leitor a vontade de acompanhar a reflexão.