José Maria Ferreira de Castro
José
Maria Ferreira de Castro nasceu no
lugar de Salgueiros, concelho de Oliveira de Azeméis, a 24 de Maio de 1898.
Aos 12 anos, emigrou para o Brasil,
tendo vivido e trabalhado durante quatro anos em plena selva amazónica, no
seringal Paraíso. Viveu em precárias condições, tendo de recorrer a trabalhos
como colador de cartazes e embarcadiço em navios do Amazonas. Esta experiência
serviria de base para o seu mais famoso romance A Selva. Também colaborou na imprensa, tendo fundado o jornal Portugal.
Regressou a Lisboa em 1919 e, para além
de ter sido redator e diretor de jornais e revistas, continuou a escrever
livros nos quais está patente a intervenção social e ideológica.
Em 1928, ao publicar o romance Emigrantes, conheceu grande êxito em
Portugal e no estrangeiro. Dois anos depois, com A Selva, conhece momentos de verdadeira glória.
O seu nome foi sugerido para Prémio
Nobel da Literatura e, em 1970, a sua obra foi reconhecida com o prémio Águia
de Ouro Internacional.
As suas obras estão
publicadas em dezenas de países e, durante muito tempo, foi mesmo o nosso
escritor mais traduzido. Ofereceu o seu espólio ao povo de Sintra e hoje
existe, na vila velha, um museu em sua memória.
Ferreira de Castro faleceu no Porto em 1974, mas tendo escrito a maior parte da sua obra
em Sintra "desejaria
ficar ali para sempre" na serra, "onde as ervas rasteiras vivessem
livremente". Ali está o seu túmulo, quase despercebido para quem sobe a
serra a caminho do Castelo dos Mouros, escondido pelas árvores. Os limos
rasgaram a campa onde mal se lê: "Ferreira de Castro, Escritor (1898-1974)".
E assim mesmo o desenhou: "Um bloco de granito cavado em forma de banco,
voltado para a vereda; um banco onde pudesse descansar quem por ali subisse ao
castelo ou andasse, em erradios passos, comungando com a poesia de Sintra."