domingo, 2 de maio de 2010

Poema - Dia da Mãe


Mãe


Olha, meu filho, quando, à aragem fria
dalgum torvo crepúsculo encontrares
uma árvore velhinha, em modo e em ares
de abandono e outonal melancolia,

não passes junto dela, nesse dia
e nessa hora de bençãos, sem parares;
não vás, sem longamente a contemplares:
vida cansada, trémula e sombria!

Já foi nova e floriu entre os esplendores:
talvez em derredor dos seus amores
inda haja filhos que lhe queiram bem...

Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice;
sorri-lhe com bondade e com meiguice:
-Lembre-te, ao vê-la, a tua própria Mãe!

António Correia de Oliveira ( 1879-1960)

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